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Foto do escritorDircélio Timóteo

Como a extinção das abelhas coloca em risco o futuro da humanidade?

Imagem: cokada/Getty Images/iStockphoto


As abelhas, pequenas operárias da natureza, desempenham um papel vital no equilíbrio dos ecossistemas e na sobrevivência humana. São responsáveis ​​pela polinização de cerca de 75% das culturas alimentares no mundo, desde frutas e vegetais até oleaginosas. No entanto, a extinção dessas criaturas essenciais traz consigo uma ameaça direta à segurança alimentar global e à biodiversidade.


O impacto direto para o ser humano

A relação entre abelhas e seres humanos vai além da produção de mel. Elas são cruciais para a agricultura, garantindo a fertilização de plantas que compõem a base alimentar de bilhões de pessoas. Sem a polinização natural, a produção de alimentos cairia moderadamente, o que elevaria os preços e tornaria o acesso a certos alimentos limitados ou inexistentes. Produtos como amêndoas, maçãs, abóboras e até o café sem essas polinizadoras. Com a diminuição das abelhas, enfrentamos uma crise alimentar sem precedentes.


Além disso, a perda das abelhas afetaria toda a cadeia ecológica. As plantas que dependem da polinização não só alimentam os humanos, mas também sustentam animais e outros organismos, que, por sua vez, são fundamentais para o equilíbrio do meio ambiente.


A Importância das abelhas para a agricultura

As abelhas polinizam milhões de flores diariamente, garantindo a reprodução das plantas e, consequentemente, a produção de frutos e sementes. Estudos apontam que sem polinizadores como as abelhas, as colheitas globais poderiam ter uma queda de até 50%. Ou seja, enquanto a agricultura mecanizada e as monoculturas continuam se expandindo, as abelhas continuam sendo fundamentais para a manutenção de um modelo agrícola sustentável e diversificado.


O que está matando as abelhas?

Entre as principais ameaças à sobrevivência das abelhas estão os pesticidas, a perda de habitat, as mudanças climáticas e a agricultura intensiva. Os pesticidas, especialmente os neonicotinóides, são amplamente utilizados nas plantações e têm efeitos devastadores sobre as abelhas, tanto matando diretamente os insetos quanto comprometendo sua capacidade de orientação e de encontrar alimentos.


Outro fator é a perda de habitats naturais. Com a urbanização crescente e a expansão da agricultura industrial, as flores silvestres e as áreas de forragem estão desaparecendo, deixando as abelhas sem seus ambientes de alimentação tradicionais. Além disso, as mudanças climáticas alteraram os padrões de expansão e migração, dificultando a sobrevivência desses polinizadores.


Como salvar as abelhas?

Embora iniciativas individuais, como o plantio de jardins de flores ou a criação de abelhas sem ferro em ambientes urbanos, sejam passos importantes, somente políticas públicas abrangentes podem reverter o quadro de declínio das abelhas.


A Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) distribuiu diretrizes claras para a preservação dos polinizadores. Entre elas, destacam-se:


  1. Aprimorar os padrões regulatórios de pesticidas para reduzir seu impacto nas abelhas.

  2. Promover o manejo integrado de regras , incentivando métodos que reduzam a dependência de produtos químicos prejudiciais.

  3. Avaliar os riscos de culturas geneticamente modificadas , considerando os efeitos subletais que podem comprometer as abelhas.

  4. Regular o movimento de polinizadores gerenciados entre países , evitando a propagação de doenças.

  5. Incentivar os agricultores a usarem serviços ecossistêmicos como a polinização em vez de recorrer a agroquímicos.

  6. Reconhecer a polinização como insumo agrícola , incorporando-a às políticas de produção rural.

  7. Apoiar sistemas agrícolas diversificados , que utilizam uma variedade de plantas para atrair diferentes polinizadores.

  8. Conservar e restaurar habitats de polinizadores , protegendo florestas, prados e campos.

  9. Monitorar os polinizadores a longo prazo para avaliar a situação e os riscos.

  10. Investir em pesquisas sobre práticas de agricultura orgânica e diversificada, que respeitem o equilíbrio ecológico.


O futuro das abelhas está em nossas mãos

A proteção das abelhas é uma responsabilidade coletiva. Desde ações individuais até políticas públicas em larga escala, todos têm um papel importante na conservação essencial dos polinizadores. O futuro da segurança alimentar e da biodiversidade depende de um esforço consciente e coordenado para garantir que as abelhas continuem desempenhando seu papel na natureza.


A hora de agir é agora – para o bem das abelhas, e para o nosso próprio futuro.



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