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Iceberg maior que a cidade de Nova York separou-se de placa de gelo na Antártica


Pesquisadores já previam o fenômeno, pois acompanham as rachaduras na placa de gelo há anos

Um iceberg gigante se separou da placa de gelo Brunt, na Antártica, nesta sexta-feira (26), em região próxima a uma base científica britânica.


O pedaço de gelo de cerca de 1270 quilômetros quadrados é maior que a cidade de Nova York e se separou em um processo chamado de calving — que consiste na quebra de um pedaço da placa de gelo a partir de rachadura — de acordo com nota da Base de Pesquisa Antártica Britânica (BAS).


A estação Halley de pesquisa da BAS, localizada na placa de gelo Brunt, está fechada durante o inverno antártico, e sua equipe de doze pessoas deixou o local no início do mês.

Os cientistas há anos esperavam que um iceberg grande se separasse da placa, devido às enormes rachaduras que se formaram na placa de gelo com cerca de 150 metros de largura, de acordo com a BAS.


Uma nova rachadura, conhecida como Fenda do Norte, começou a se aproximar de outra grande rachadura em novembro, e cresceu cerca de um quilômetro por dia em janeiro.

Um vídeo da visão aérea gravado no meio de fevereiro mostra a Fenda do Norte crescendo até onde os olhos podem enxergar.


O aumento na fenda chegava a ser de centenas de metros na manhã de sexta-feira — liberando-a do restante da placa de gelo.


“Nosso time na BAS estava preparado para a separação de um iceberg da placa de gelo Brunt há anos”, disse a diretora da Base, Jane Francis, em nota.

Ela explicou que os pesquisadores recebem atualizações diárias da placa de gelo de uma rede automatizada de instrumentos de GPS de alta precisão, além das imagens feitas por satélites.



“Todos os dados são enviados à [Universidade de] Cambridge para análise, para que possamos saber o que está acontecendo por lá mesmo no inverno antártico, quando não há pessoas na estação, e está completamente escuro, e a temperatura cai para -50°C (ou -58°F”), ela disse.

A BAS levou a Estação de Pesquisa Halley mais adentro do continente em 2016 como uma forma de precaução e a equipe trabalha apenas no verão antártico desde 2017, pois evacuar a base é mais difícil durante o inverno, época que a Antártica é tomada pela escuridão.


“Essa é uma situação dinâmica. Há quatro anos, nós levamos a Estação de Pesquisa Halley mais adentro no continente, para garantir que não fosse arrastada no caso da formação de um iceberg. Essa foi uma decisão sábia,” disse o diretor de operações da base britânica, Simon Garrod, em nota. “Nosso trabalho é manter o olhar próximo à situação e calcular qualquer potencial impacto da separação nas rachaduras atuais do restante da placa”.


Um iceberg ainda maior se separou da placa de gelo Larsen C em 2017 e flutuou para o mar aberto no final do ano passado.


Há seis estações de pesquisa Halley na placa de gelo Brunt desde 1956, com o objetivo de produzir observações do clima atmosférico e espacial.


A placa de gelo se move em direção ao mar a uma velocidade de cerca de dois quilômetro por ano e icebergs se separam em intervalos desregulados.



“A mudança do gelo na Halley é um processo natural e não há conexão com a separação e os eventos vistos na placa Larsen C, e nenhuma evidência de que mudanças climáticas tenham exercido um papel importante”, de acordo com a BAS.


Os cientistas estão observando o iceberg para ver suas próximas ações.


“Nas próximas semanas ou meses, o iceberg pode se afastar; ou pode se encalhar e continuar perto da placa de gelo Brunt”, disse Francis.


Fonte: CNN Brasil

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