De uniforme completo, José Felipe ajuda garis da prefeitura que fazem serviços em frente à casa dele toda semana. Família conta que o "mini gari" fica chateado quando não abrem o portão.
Nem astronauta, nem médico e nem policial. Quando crescer, o pequeno José Felipe Reis, de 6 anos, quer ser gari. Há dois anos, ele ajuda servidores municipais nos dias de coleta de lixo da rua de casa, em Boa Vista. Com empolgação e até vestido com a farda, o menino faz questão de jogar o lixo na caçamba por conta própria
Nem astronauta, nem médico e nem policial. Quando crescer, o pequeno José Felipe Reis, de 6 anos, quer ser gari. Há dois anos, ele ajuda servidores municipais nos dias de coleta de lixo da rua de casa, em Boa Vista. Com empolgação e até vestido com a farda, o menino faz questão de jogar o lixo na caçamba por conta própria
"O José sempre amou caminhões e brinquedos relacionados a bombeiros e policiais, mas, os garis - ou os 'meninos', como ele chama, foram a grande paixão dele", conta Stephanny, irmã de José Felipe.
José Felipe gosta de presentear os funcionários da coleta de lixo que passam pelo bairro Dos Estados — Foto: Arquivo Pessoal
Toda essa admiração começou há dois anos. A família conta que sempre que ouvia o caminhão da coleta de lixo e os gritos característicos dos garis, José Felipe pedia para que abrissem o portão. Quando não atendiam ao pedido, ele chorava cada vez mais alto.
Desde então, faz parte da rotina da família ir até a frente da casa três vezes por semana para que José Felipe faça "a parte dele" na coleta do lixo doméstico.
A irmã dele, Stephanny Gomes, de 27 anos, conta que em todas as segundas, quartas e sextas-feiras, o menino sabe o horário em que o caminhão da coleta de lixo vai passar. Por conta disso, funcionários da prefeitura de Boa Vista, tanto novatos quanto mais antigos, já o conhecem.
apoio na coleta de lixo virou hábito na rotina de José Felipe, hoje aos quatro anos de idade — Foto: Arquivo Pessoal
"Os novatos que entram ficam cientes que o motorista para e ele sobe no caminhão para jogar o lixo. Sabem que tem que dar atenção para 'o menino lá' que é famoso", conta a irmã.
"No dia que o caminhão chega na rua da casa dele, ele já está lá na frente esperando por nós com a sua alegria, que contagia a equipe toda" , conta diz Edson Almeida dos Santos, motorista do caminhão da coleta de lixo.
A paixão de José Felipe não se restringe somente aos responsáveis pela coleta do lixo. Quando vê algum trabalhador vestido com o uniforme da prefeitura de Boa Vista, o menino corre para ajudar.
José Felipe gosta de ajudar os servidores municipais em qualquer função que exerçam — Foto: Arquivo Pessoal
"Seja capinando, pintando ou limpando, não importa, ele quer estar sempre junto e quer ajudar. E ele tem que colocar a farda, a bota, e a luva que ganhou dos meninos. Ele é apaixonado", conta a Stephanny.
A mãe de José Felipe, Ana Lúcia, de 48 anos, conta que o apreço do menino pelos funcionários da limpeza municipal cresce cada vez mais. A reciprocidade dos garis ficou clara quando deram uma farda igual à usada por eles ao pequeno José Felipe.
José Felipe aos dois anos de idade, quando ganhou a farda de gari dos funcionários da coleta de lixo — Foto: Arquivo pessoal
Ana Lúcia precisou pedir a uma costureira para que diminuísse a farda, que veio completa, com chapéu, luva e botas. Após ganhar o uniforme de presente, a mãe e a irmã contam que José nunca mais perdeu um dia sequer de "trabalho".
"Toda vez que eles vêm, penduram ele no caminhão e vão até a esquina" diz a mãe.
A parceria de José Felipe não se restringe à ajuda na coleta do lixo, segundo a família, o pequeno pede à mãe que ajude com dinheiro para o lanche e pede até que dê presente de Natal aos garis. Para ele, os funcionários são grandes amigos.
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