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Mundo desperdiça € 200 bilhões por ano em materiais recicláveis

Foto do escritor: Dircélio TimóteoDircélio Timóteo

Estudo mostra oportunidades econômicas, sociais e ambientais desperdiçadas com a economia linear: cerca de R$ 1,2 trilhão anuais


Foto: Claudio Schwarz | Unsplash
Foto: Claudio Schwarz | Unsplash

Jogar dinheiro fora, junto com o lixo, é uma ideia absurda, né? Mas é exatamente isso que acontece todos os anos. São quase 200 bilhões de euros desperdiçados anualmente em materiais recicláveis que poderiam ser aproveitados, com o cobre e o plástico representando a maior fatia desse valor – 68 bilhões e 48 bilhões de euros, respectivamente.


Estes números impressionantes podem ser conferidos no estudo “Circularity’s Time Has Come“, da Boston Consulting Group (BCG) que uma série de oportunidades perdidas: implementar a circularidade poderia não só reduzir custos e volatilidade nas cadeias de abastecimento, como também criar vantagens competitivas e minimizar os impactos ambientais.


Foto Pixabay
Foto Pixabay

“Este estudo vai ao encontro de análises anteriores da Fundação Ellen MacArthur que demonstraram que, em 2015, a atual forma linear de produzir e utilizar produtos e recursos já custava à Europa €7,2 bilhões por ano em três setores analisados: mobilidade, alimentação e ambiente construído. Esta dimensão do desperdício demonstra a urgência e a oportunidade econômica da economia circular”, ressalta Victoria Almeida, Gerente de programa da Fundação Ellen MacArthur para a América Latina.


A pesquisa destaca que, embora a extração de matérias-primas tenha aumentado nas últimas décadas, a taxa de circularidade global diminuiu, atingindo apenas 7,2% em 2023. O relatório sugere estratégias como a garantia de fornecimento estável de materiais recicláveis, redução da fragmentação de resíduos na fonte, adoção de tecnologias inovadoras e integração da circularidade no planejamento estratégico. Segundo a BCG, essas medidas poderiam reduzir custos em até 15%.


Escultura em frente ao local de negociação entre os países por um tratado global para conter a poluição plástica. Foto: Mitchell Beer
Escultura em frente ao local de negociação entre os países por um tratado global para conter a poluição plástica. Foto: Mitchell Beer

“Esta nova pesquisa reforça que a economia circular continua sendo uma oportunidade econômica. Soma-se a isso o agravamento das crises ambientais, como as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição por plástico, que também apresentam ameaças à economia que vão além da disponibilidade de recursos. Para enfrentar essas crises, a economia circular também se coloca como uma solução. Portanto, seja por oportunidade econômica, minimização de riscos, ou enfrentamento dos desafios ambientais, a economia circular segue, há décadas, sendo um modelo fundamental para ser priorizado”, afirma Victoria.


Para ela, as empresas precisam colocar a economia circular no centro das suas estratégias e desenvolver produtos e modelos de negócios que eliminem resíduos e poluição, circulem produtos e materiais, e regenerem a natureza desde o design. “Ao mesmo tempo, os governantes e legisladores precisam criar as condições favoráveis para que essa mudança aconteça rapidamente e em larga escala. Com isso, poderemos garantir prosperidade de longo prazo”, conclui.



Fonte: CicloVivo



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