Muitas pessoas já ouviram falar sobre histeria coletiva. A expressão, empregada para referir-se a situações nas quais determinados grupos de pessoas passa a ter comportamentos (físicos e/ou psíquicos) geralmente relacionados ao pânico, definitivamente é famosa
O que muitos às vezes parecem esquecer é que um surto de histeria coletiva, apesar não ter uma causa aparente e bem definida, costuma estar ligado ao estresse mental e/ou emocional, podendo ser também uma reação a algo criado dentro da sociedade. Como se uma onda de adrenalina explodisse no ar. Pensando nisso, pergunto-me: ]
Será que não é exatamente isso que acontece hoje em dia? Será que as notícias apavorantes (muitas vezes falsas e/ou tendenciosas) não nos leva a atitudes defensivas, permeadas de medo e agressividade, levando-nos a mudar os padrões de vida e, paulatinamente, ao adoecimento coletivo? O medo é natural ou também é contagioso? Ao que parece, basta uma faísca para o start. Tendo em vista esses questionamentos, outro inevitavelmente surge: não poderia ser, a felicidade, também contagiosa?
Poucos sabem, mas durante o nascimento de um bebê, quando feito de forma natural e respeitosa, é liberado um hormônio chamado oxitocina. Também chamado de hormônio do amor, a oxitocina contagia a todos. Se buscarmos por fotos de nascimento natural, por exemplo, veremos que todos, absolutamente todos, estarão com a mesma expressão: corporalmente iguais e com olhares cheios de lágrimas. Todos estarão apaixonados, da forma mais profunda e sincera, porque foram contaminados pela mãe, pelo nascimento, pela beleza e pelo milagre da vida. Porque foram contaminados pelo amor.
É pensando nisso, que trago a seguinte reflexão:
Estamos contaminando o mundo com o quê? Nossa família, nossos colegas e até mesmo os estranhos com os quais cruzamos na rua estão sendo recebidos com olhares carinhosos ou com olhares de medo, de indiferença ou mesmo de ódio? Será que um sorriso amoroso pode mudar nossa reação a uma situação difícil? Será que é tão complicado as pessoas se desarmarem para serem, de maneira genuína, amáveis umas com os outras? Afinal, ser amável com o outro não significa, antes de tudo, ser amável consigo próprio?
Falamos tanto em mudar o mundo, porém não seria o momento de levarmos em consideração a hipótese – para muitos, malucas – de que basta a nossa atitude frente ao mundo para que ele mude? Pois se uma gota de oceano não deixa de ser oceano, cada um de nós é o mundo, quando mudamos, ele aos poucos e consequentemente também muda.
Por isso, ao invés da gente se contaminar com medos, indiferenças e incertezas, sejamos a gentileza que muda o dia de uma pessoa, inclusive da desconhecida. Sejamos o “agente contaminante” do amor. Garanto-lhes: muita coisa mudará!
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