Se aprovada pelo Congresso, veto valeria para pássaros de qualquer espécie, nativa ou exótica, silvestre ou doméstica
Fonte: Jornal da Band | Márcio Campos
Um projeto de lei quer proibir criação de pássaros em gaiolas no Brasil. Especialistas dizem que a proposta vai gerar crise econômica no setor e não irá combater o tráfico de animais.
Apaixonado pelo canto do curió desde a infância, Alberto de Campos decidiu há trinta anos ser um criador da espécie. E não e fácil. Entre as exigências, estão a obtenção de um registro no Ibama e a identificação de todos os pássaros com um anel, uma espécie de carteira de identidade.
“É um bicho muito visado pelo tráfico, né? Então cada ave que a gente cria, a gente pensa que está tirando dez ou cinco da morte ou dos maus tratos”, justifica.
O Brasil tem quase 350 mil criadores registrados como o Alberto. São 3 milhões de pássaros identificados e criados legalmente. E a cada ano, essa população aumenta em cerca de 20 mil aves.
Mas essa criação de pássaros em gaiolas ou cativeiros domésticos poderá ser proibida. Um projeto de lei que já está em discussão na Câmara dos Deputados, em Brasília, quer acabar com essa prática. A votação pode acontecer daqui a seis meses ou em até dois anos.
“Se nós tivermos o projeto aprovado como ele está, simplesmente proibindo a criação de animais silvestres, nós teremos uma crise econômica nesse setor, que movimenta muito dinheiro, muito recurso, cria muito emprego no Brasil” alertou Samanda Pineda, advogada ambiental.
Se for aprovada, a proibição valerá para pássaros de qualquer espécie, nativa ou exótica, silvestre ou doméstica. Dessa forma, todos que tem pássaros, mesmo que legalmente, perderiam a autorização. Mas a lei não prevê o que aconteceria com esses animais.
“Esta proibição, pura e simples, não vai resolver o problema de tráfico de animais silvestres, de criadores clandestinos, de rinhas, que não conseguem combater”, defendeu a advogada.
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