Roupas feitas de garrafas PET: solução ou ilusão de sustentabilidade?
- Dircélio Timóteo

- 3 de set.
- 2 min de leitura
Transformar garrafas PET em roupas já ganhou manchetes como uma das grandes promessas da moda sustentável. A proposta parece perfeita: reduzir o lixo, reaproveitar plástico e incentivar a economia circular. Mas será que essa ideia é realmente tão ecológica quanto parece?
A promessa da sustentabilidade
As chamadas roupas de PET são produzidas a partir do poliéster reciclado, um material obtido do plástico das garrafas. O processo, de fato, evita que toneladas de resíduos acabem em aterros e ajuda a dar novo uso ao material descartado.
No entanto, especialistas alertam: o impacto não acaba aí.
O lado oculto do poliéster reciclado
Apesar da aura de inovação, essas roupas continuam sendo plásticas. A cada lavagem, liberam microplásticos que vão parar em rios e oceanos, agravando a poluição invisível das águas. Além disso, ao chegar ao fim da vida útil, as peças dificilmente encontram um destino adequado.
Outro problema é a mistura de fibras – como algodão e poliéster – que dificulta a reciclagem do tecido. O resultado? Grande parte dessas roupas termina no lixo comum ou em aterros sanitários, perpetuando o ciclo da poluição.
O que é mais sustentável, afinal?
Se o objetivo é reduzir o impacto ambiental da moda, o caminho passa por escolhas mais conscientes:
Comprar menos e melhor;
Reutilizar e prolongar a vida útil das peças;
Dar preferência a fibras naturais e biodegradáveis;
Apoiar marcas comprometidas com o ciclo completo da roupa – do design ao descarte.
Reflexão necessária
Na pressa de consumir, nem sempre questionamos o que há por trás das etiquetas verdes. Por isso, antes de comprar, vale a pena se perguntar: “Essa peça será lixo em quanto tempo?”
A informação, nesse caso, também é uma forma de reciclagem.





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