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Covid-19: O que se sabe até agora sobre a variante ômicro

Portal UOL (Saúde): A OMS (Organização Mundial de Saúde) informou hoje que a nova cepa do SARS-CoV-2, a ômicron, é uma variante de preocupação. A declaração já gerou alertas em alguns países, que estudam medidas de restrições

Até o momento, não existem estudos concretos sobre a capacidade de transmissibilidade da cepa ou se ela é capaz de driblar a imunização das vacinas. A própria OMS disse que serão necessárias várias semanas para compreender o nível de transmissão e a virulência da nova variante

Imagens: Reprodução


Veja o que se sabe até o momento

Há informações de que a nova variante B.1.1.529 foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul

A OMS recebeu o primeiro registro da variante da África do Sul, em 24 de novembro. Neste país, os registros ocorreram principalmente nas cidades de Joanesburgo e Pretória, na província de Gauteng, onde a incidência da covid-19 está bastante alta.

Cientistas estimam que até 90% dos novos casos de coronavírus em Gauteng estejam associados à variante ômicron. Eles dizem crer ainda que a cepa já se espalhou para outras oito províncias sul-africanas.

Já foram confirmados ao menos três casos da nova variante em outras partes do mundo. Um viajante da África do Sul foi diagnosticado com a variante em Hong Kong, bem como outra pessoa em Israel que havia retornado do Maláui.

Há ainda um caso na Bélgica, o primeiro registrado na Europa. Trata-se de uma jovem não vacinada que testou positivo 11 dias depois de sua chegada do Egito.

O Ministério da Saúde informou hoje que não foi identificado nenhum caso da variante B1.1.529 do novo coronavírus no Brasil. "A pasta está em constante vigilância e analisa, de forma conjunta com vários órgãos do governo federal, as medidas a serem tomadas", acrescentou, por meio de nota.

O quanto a nova variante é perigosa?

Até o momento, não existem dados epidemiológicos sólidos e suficientes para avaliar o quanto a nova variante é infecciosa.

A preocupação dos pesquisadores é com o fato de ela demonstrar um número extremamente alto de mutações do coronavírus. Eles encontraram 32 mutações na chamada proteína "spike". Na variante delta, considerada altamente infecciosa, foram encontradas oito mutações.

Ao mesmo tempo em que o número dessas proteínas não é uma indicação exata do quão perigosa a variante pode ser, isso sugere que o sistema imunológico humano pode ter maior dificuldade em combater a nova variante.

Há indicações de que a ômicron possa escapar das respostas imunológicas, gerando riscos mais altos para as pessoas. Entretanto, as infecções com a nova variante podem não ser mais graves do que as anteriores.

Há ainda sinais de que ela se espalhe mais rapidamente, o que pode gerar novas sobrecargas aos sistemas de saúde dos países atingidos.

Como a nova variante se desenvolveu?

Uma teoria é que ela tenha emergido com todas as suas mutações de uma única vez.

O professor Francois Balloux, especialista em sistemas biológicos computacionais da University College de Londres, afirmou que é possível que o vírus tenha se modificado durante uma infecção crônica em um indivíduo, cujo sistema imunológico estivesse já enfraquecido por outra infecção com o vírus HIV.

Mas, até o momento, isso é somente especulação.

De onde veio o nome?

Ômicron é a 15ª letra no alfabeto grego, que tem sido usado para identificar as novas variantes do coronavírus. Já foram usadas alfa, beta, gamma e delta.

As vacinas são eficazes contra essa nova variante?

Ainda não se sabe. A OMS já disse que vai precisar de mais estudos para determinar isso. Os laboratórios responsáveis pela fabricação dos imunizantes também vão estudar isso.

O laboratório alemão BioNTech, parceiro da Pfizer na produção de vacinas, informou que espera ter, em até duas semanas, os primeiros resultados dos estudos para determinar se a nova variante escapa da proteção oferecida pelo imunizante.

Se isso acontecer, "a Pfizer e a BioNtech preveem que são capazes de desenvolver e produzir uma vacina sob medida contra a variante em cerca de cem dias", disse a farmacêutica.

Por enquanto, o governo de São Paulo disse apenas que, junto ao Butantan, responsável pela CoronaVac, segue monitorando as variantes nos testes positivos.

A Moderna, usada amplamente nos Estados Unidos, disse que testa a efetividade de três estratégias contra a ômicron, além de estudar se o nível de proteção fornecido pela atual dose dá conta de frear a variante.

A primeira tentativa trata do aumento da dose de reforço de 50 microgramas para 100 microgramas. A segunda pesquisa analisa dois candidatos à vacina que buscam se antecipar às mutações. A terceira opção trata de um reforço específico para a ômicron, conhecido como mRNA-1273.529

É possível deter a nova variante?

Os vírus e suas variantes não respeitam fronteiras nacionais. Mas é possível retardar a disseminação da nova variante.

Como os casos detectados em Hong Kong e Israel foram rastreados até a África do Sul, muitos governos suspenderam voos vindos do país e de parte do continente africano. Foi o caso de várias nações da Europa e da Ásia, e outras devem seguir a mesma tendência.

As restrições de viagem podem ajudar a diminuir as transmissões, mas é possível que a ômicron já tenha sido transportada para vários outros países

Como o Brasil está reagindo?

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou uma nota técnica, hoje, recomendando que o governo adote medidas de restrição para viajantes e voos vindos de seis países da África em razão da identificação de uma nova variante do novo coronavírus na África do Sul.

Ainda não há informações sobre a variante já ter chegado ao Brasil, mas o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, não descarta a possibilidade. "É possível que esse vírus tenha viajado e já esteja em outros locais do mundo — tanto é que, no sul da África, já são seis países [que detectaram a B.1.1.529]."

Imagens: Reprodução

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